sobre abraçar a tristeza

…como parte de um processo. De um modo inverso de enxergar o que sempre esteve aqui. De louvar o que se desacredita como parte primordial de viver. Se entristecer. Lamentar o equívoco é tão parte do errar quanto aprender com ele.

A tristeza nos racionaliza quando em justa proporção. Nada que é demais contribui. A alegria nos entorpece. A sensação é melhor, mas a consequência, diversas vezes, é invisível. Irreal. Talvez por isso a lágrima cria mais que o sorriso.

E como é difícil largar a alegria! Ou o modo alegre de levar as coisas. Ele parece tão mais simples, tão sem problemas, tão fácil. A tristeza nos bota a pensar. A perceber que nada está como deveria. Ou poderia. Ou se queria.

Mas é nesse invólucro de incerteza, ausência e fraqueza que elaboramos as melhores saídas. A estratégia concreta. Não o oba-oba do vamo em frente que atrás vem gente. Atrás não vem ninguém, assim como na frente não se vai. Estamos nós aqui. E nós que sou eu. Você. Quem quer que seja. Individualmente uma só mente.

A vida é esta que me apresentaram. Não há porque me privar de sentir todas as suas fases. De assumir seu lado que mais me seduz. Me molda. Me ajuda a pensar. Realismo é pessimismo. É? Já não quero mais ver assim.

2 comentários sobre “sobre abraçar a tristeza

Deixe um comentário